terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mais Conectados e cada vez Mais Isolados.

Foi-se o tempo em que bater papo era um encontro de duas pessoas ao vivo e a cores. Sentavam no sofá, no banco da praça, em bares ou onde melhor lhe aprouvesse e ali conversavam frente a frente. Olhavam nos olhos e sentiam todas as emoções um do outro. Era uma troca de sentimentos. No simples linguajar, chorava-se e ria-se juntos.
Épocas que foram ficando para trás. Hoje, no máximo as pessoas se cumprimentam e trocam dois ou três monossílabos. A pressa impede uma conversa mais profunda. Ninguém tem tempo a perder com o velho “papo furado”. O papo foi literalmente furado, ou seja,  esvaziado. Moramos em edifícios com centenas de apartamentos, mas não sabemos o nome do nosso vizinho de porta. De certo não procuramos saber o nome do vizinho por que ele é somente o nosso vizinho. Dê que valem os vizinhos? Isso não é privilégio dos outros. É meu também. No prédio onde moro sei o nome somente de dois ou três moradores. E olha que não são muitos. Devem ficar em torno de 11 famílias. Não sei ao certo nem isso. No meu trabalho existem mais de cinqüenta colegas e me relacionei somente com um, que por azar foi embora. Os demais conheço os nomes em face da obrigatoriedade do uso do crachá. Mas se olharmos nossas páginas de relacionamentos, e todos possuem uma, encontraremos lá mais de uma centena de amigos cadastrados. Mas será que podemos considerá-los como amigos? Afinal muitas vezes os adicionamos simplesmente por conhecer alguém que o conhece. O amigo do amigo do amigo. Postamos fotos, vídeos, mensagens para todos os “pseudos” amigos que temos compartilhados. Formamos o verdadeiro círculo dos amigos virtuais. Sua presença deixou de ser interessante. Não precisamos mais do seu contato visual. Afinal já o vemos em fotos. Estamos nos fechando para o verdadeiro sentido da amizade. O da boa conversa, do abraço, do afago, do carinho. Tudo isso foi trocado pelo “curtir”,”compartilhar”, etc... Estamos cada vez mais conectados com todos e isolados de todos. Virtualmente isolados.

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