terça-feira, 24 de janeiro de 2012

MPB, ONDE ESTÁ VOCÊ?

Li no Jornal Pioneiro deste final de semana uma matéria referente às origens de Michel Teló, cantor que tem estourado nas paradas de sucesso, e fiquei a pensar qual o caminho da música brasileira. Tão rica em compositores e cantores a música popular brasileira atravessa um momento surreal. Nunca se vendeu tanto com tão pouca qualidade. Canções como “ai se eu te pego”, “Ai ai aiaiaiai assim você mata o papai” ou “tcherere tchê tchê” estão entre os hits mais pedidos e tocados pelas rádios brasileiras e quiçá mundiais como o lançamento da versão em inglês de Teló. Aí eu me pergunto: onde foram parar os Chicos, as Elises, Betânias, Raulzitos, Cartolas, entre outros? Será que viraram fósseis? Estamos perdendo as referências. Não que eu seja contra as músicas de Teló & Cia. Longe disso. Elas têm que existirem. São sucessos de momento que passam. Fazem parte da cultura musical. Foi assim com Beto Barbosa, Magal, etc.... Minha preocupação é com àquelas composições que atravessam décadas, como “Águas de março”, “Trem das Onze”, “Como nossos pais”, “Apesar de você”, “Morena de Angola” ou “As rosas não falam”. Por  onde andam esses compositores de quilate superior? Serão uma raça em extinção? Espero que não, para o bem da música brasileira. Sim, por que não podemos continuar vivendo de regravações dos sucessos ano após ano. Não sei se sou nostálgico, mas acho falta dos Festivais de Música – só peguei os Schell. Nossa maior época de ouro na composição brasileira – anos 60/70/80 – foi acompanhada de diversos festivais. Até parece que o berço dos compositores seriam os festivais. Parafraseando um trecho de uma canção de Chico intitulada “Apesar de você” também espero que “Amanhã há de ser outro dia, ainda pago pra ver, o jardim florescer para música popular brasileira.