terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Utopia caiu por terra

Final do ano chegando, brasileirão acabando e o Inter ainda sonhando com a dita vaga na Libertadores. Até algumas rodadas atrás os colorados ainda sonhavam com o título. A utopia andava solta pelos lados do beira-rio. Era um tal de “estamos chegando”, “o time está engrenando”, “agora vai”, e a torcida ali, acreditando, esperando a dita chegada, engrenada ou ida. Mas ela não veio. O time não passou da sétima posição da tabela. Melhorou somente uma posição após a saída de Falcão. Dorival até agora não mostrou a que veio. Mas a direção faz coro na sua utopia: “temos um excelente grupo”. Coisas para inglês ver. O beira-rio virou uma fantástica fábrica de ilusões. De certeza somente a venda de Damião para a Europa. O resto são sonhos e fantasias. A própria reforma do estádio parece caminhar para este lado, do faz-de-conta. Falcão poderia ter seus defeitos e erros, mas foi de uma certeza absoluta quando disse a frase “não temos grupos para ganhar o brasileirão”. Esta frase acredito que deva ter mexido mais com as estruturas da fábrica de sonhos colorada do que as três derrotas que deram azo a sua demissão. Luigi em nenhum momento parou de imaginar a vitória. Tal como Hitler sonhava com a vitória ainda quando a Alemanha já estava arrasada aos seus pés. Não desceu do seu pedestal imaginário de que o time dos sonhos nunca daria certo, pois a realidade por vezes é dura e cruel. Devemos, no final de 2012, desculpas a um de nossos maiores ídolos, afinal estava coberto de razão. Falcão, desculpai-nos! Se não o quiseres fazer, entenderemos. Afinal estávamos como a Alemanha, iludidos. Mas tal como esta, a utopia de conquistar alguma coisa terminou caindo por terra. Acordamos do sonho e seguimos em frente. Afinal a vida continua. Sonhar é bom, mas viver do sonho é utopia

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A copa do Mundo vem aí....

No longínquo dia 30 de setembro de 2007 a FIFA anunciava na sua sede em Zurique que o país escolhido para sediar a vigésima copa do mundo seria o Brasil. Os meios de comunicação noticiaram como se fosse a oitava maravilha do mundo. Em muitas capitais houve festejos. O povo em êxtase quedou-se maravilhado. Passados 64 anos – número que ficou marcado na cabeça de muitos brasileiros como sendo um marco negativo – teríamos novamente uma copa do mundo em solo pátrio e a possibilidade de apagarmos da memória a tragédia de 50. Poucas vozes foram contrárias, e as que se levantaram contra foram taxadas de apatrióticas. Decorridos 04 anos do anúncio começam a estourar denúncias de corrupção, desvios de verbas, escândalos, obras superfaturadas, etc... . Mas somente um verdadeiro imbecil não teria a certeza de que tais fatos iriam acontecer. O exemplo estava colado na parede mas ninguém queria ver. O Pan-americano disputado no Rio no mesmo ano do anúncio teve seu orçamento inicial estourado em 10 vezes. Isso que o Pan teve apenas uma sede. Imaginem agora a copa do mundo, com 14 sedes. O orçamento atual do evento gira em torno dos 112 bilhões de reais. Não é mentira não ( copiando o bordão da Dona Jura). São 112 bilhões de reais para 30 dias de eventos. Para se ter uma idéia, Manaus que não possui nenhum time de futebol de grande expressão terá um estádio de 500 milhões de reais. Um verdadeiro elefante branco no meio da Amazônia. 500 milhões de reais que teriam mais utilidade se fossem colocados em pesquisas de novos medicamentos com plantas da selva Amazônica. Cuiabá também receberá um estádio de 500 milhões de reais. Dinheiro que poderia ser mais bem utilizado em pesquisas no Pantanal. Somente com esses exemplos somamos um bilhão de reais postos fora. Sim, por que o turismo atraído por essas cidades não compensará o investimento feito pelo governo nos estádios. Mas o que mais me chateia não é a população, mas sim a imprensa que tudo sabe e queda silente. Nunca levantou a bandeira de que Copa do Mundo é coisa de país desenvolvido. Vislumbrou apenas o lucro futuro com a publicidade das empresas de bebidas e veículos. Simplesmente noticia os escândalos. Em nenhum momento levanta a questão de que não temos capacidade de organizarmos tal competição. O tempo, que é o senhor de tudo, nos mostrará o quanto à copa vai nos custar. Quantos hospitais, escolas, creches, etc.. foram jogados foras. Parafraseando o hino da copa de 70, podemos cantá-lo da seguinte forma agora: Cento e dezoito bilhões em ação, pra frente Brasil, salve a nossa seleção, novamente é aquela corrente, pra frente Brasil, todo mundo metendo a mão...